quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tarde nas ladeiras paulistas



Ando, ando, ando e penso em Tom Zé.
Metrô, ônibus, a pé, subo, desco... E ele não me sai da cabeça.
Ele diz:

Augusta, graças a deus,
Graças a deus,
Entre você e a angélica
Eu encontrei a consolação
Que veio olhar por mim
E me deu a mão.
Augusta, que saudade,
Você era vaidosa,
Que saudade,
E gastava o meu dinheiro,
Que saudade,
Com roupas importadas
E outras bobagens.
Angélica, que maldade,
Você sempre me deu bolo,
Que maldade,
E até andava com a roupa,
Que maldade,
Cheirando a consultório médico,Angélica.
Augusta, graças a deus,
Entre você e a angélica
Eu encontrei a consolação
Que veio olhar por mimE me deu a mão.
Quando eu viQue o largo dos aflitos
Não era bastante largo
Pra caber minha aflição,
Eu fui morar na estação da luz,
Porque estava tudo escuro
Dentro do meu coração.

Nem a Augusta, a Angélica ou a Consolação eu fotografei. Mas passei por uma rua chamada Purpurina. Essa eu tive que fotografar...




Música de Tom Zé: Augusta, Angélica e Consolação

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Para Marina e Gardênia



Porque a gente não quer só segurança... certo???

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

MERDA

Sempre sinto pena de não estar com minha câmera em momentos assim... esses que as palavras não conseguem explicar o que o que eu vi fez dentro de mim. O rebuliço doido que me acometem, os arrepios, as lágrimas, a fé, a força. Força que um Orixá como meu pai Ogum representa muito bem, e não é à toa que ele, Ogum, é representado na peça FAVELA ROUGE.
Por que é preciso ter muita força e peito pra ser artista no nosso país. Enfrentar o preconceito, a competição, não deixar que os sonhos alheios atrapalhem, a falta de grana, de reconhecimento, de estrutura, de segurança...
Esses meninos e meninas (gigantes negros) formam um grupo de teatro FAVELA FORÇA em plena Vila Cruzeiro, na Vila da Penha, no Rio, alvo de muitas guerras. Eles enfrentam todos esses riscos por amor, e por dever com eles mesmos.
Assistí-los me encheu de força, e de orgulho. De ver amigos queridos fazendo seu trabalho, cumprindo seu dever, e muito bem. De ver que eles lutam, são guerreiros, e vencedores. Que vencem mais e mais a cada dia, a cada ensaio, a cada apresentação, a cada troca, a cada viagem.
E agora, rumo à Holanda pela segunda vez, vão levar um pouco do Brasil, numa "colagem" do nosso país, do nosso espírito de luta, de alegria, de vitória.

Parabéns amigos! E ... muita, mas muita MERDA !

Beijos ao meu querido Sátiro. Obrigada!


Foto: Antônio Garcia

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Mexe com vc?

Eu fui, e foi ótimo!



"... Um samba quente, harmonioso e buliçoso
Mexe com a gente, dá vontade de viver..."



Uma das coisas que mais me emociona é ver a alegria da vitória de alguém, sentir a felicidade de realização de uma pessoa, que lutou e sonhou muito por alguma coisa, que no momento se faz verdade e fato.
A felicidade se vê no olhar, no sorriso, na voz. Com choro ou não.
Roberta Sá saltitava no palco, e gritava: "A gente tá na Fundição!" , precisa dizer mais???





sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Atitude filosófica

Estávamos eu e Rapha andando na Mem de Sá em direção aos Arcos, mas ouvimos uma coisa... Era Noel Rosa cantando Filosofia, num radinho dentro duma loja com o portão semi-fechado.Tinha gente bebendo em mesas na calçada e ficaram nos olhando, sorrindo. Não sei o que era aquela portinhacom o rádio, mas tocava Noel e um gato amarelado nem se abalava do lado de dentro do vidro, dormia profundamente. Na maioria das vezes correria não permite esses pequenos prazeres... que bom que esse dia não era um como os outros. Pudemos parar, cantar e regsitrar o momento. Agora passo-o pra cá. A música é linda, fica a reflexão.

Feliz aniversário Rapha!

( E, obrigada Noel. )

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O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome


Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indife....rente assim
Nesta prontidăo sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim

Năo me incomodo que vocę me diga
Que a sociedade é minha inimiga

Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo

Quanto a vocę da aristocracia
Que tem dinheiro, mas năo compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava
Dessa gente que cultiva hipocrisia


Filosofia, de Noel Rosa

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Já desmontou sua árvore de Natal? É hoje o dia



Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquecido
Mas é o dia da festa
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquisito
Mas é o dia da festa
De Santo Reis...

Eles chegam tocando
Sanfona e violão
Os pandeiros de fita
Carregam sempre na mão
Eles vão levando
Levando o que pode
Se deixar com eles
Eles levam até os bodes...

É os bodes da gente
É os bodes, mééé
É os bodes da gente
É os bodes, mééé

Hoje é o dia de Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Hoje é o dia, hié! hié!
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
É o dia da festa, hié! hié!..(3x)

A Festa do Santo Reis, de Tim Maia

Que letra louca! Essa é uma das que eu adoraria poder perguntar pro cara que fez o que que ele tava pensando quando escreveu! Pqp

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dias de Janeiro...







... calor demais

(Otto)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Saco de chá

Simbolismo ambíguo
-Por ser calmante mostra o nervosismo-

Calma ensacada
Desespero embrulhado
Esperança
Socorro
Solidão?
-Um pouco talvez-
Falta de análise
A beira de surto
Quase maluca

Por outro lado
Confissão de fraqueza

Um pouco fraco todo mundo é
Mas nem todo mundo assume

De calmante todo mundo precisa - Alguns mais-
Eu talvez -Ou com certeza-

Falo muito
E só não falo mais
Porque não perguntam

Quanto mais amigos,
Menos análise?

Preciso na verdade
Não de um saco,
Mas de uma caixa inteira de chá
Ou algo mais forte.

Chocolate
Doce, pra aliviar o amargo
(Do meu humor)

Silêncio,
Senão eu grito
-Sem meio termo-
Às vezes é melhor calar a boca
E esperar o sentimento suavizar

s u a v i z a r

s u a v i z a r ...



Dezembro de 2005, quando eu descobri o chá.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Imagem poética I

Imagem poética II

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.

de Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) em O guardador de rebanhos, poema XL.

imagem poética III

.
.
.

Mas a imagem atingiu as profundezas antes de emocionar a superfície. E isso é verdade numa simples experiência de leitura. Essa imagem que a leitura do poema nos oferece torna-se realmente nossa. Enraíza-se em nós mesmos. Nós a recebemos, mas sentimos a impressão de que teríamos podido criá-la, de que deveríamos tê-la criado. A imagem torna-se um ser novo da nossa linguagem, expressa-nos tornando-nos aquilo que ela expressa- noutras palavras, ela é ao mesmo tempo um devir de expressão e um devir do nosso ser. Aqui a expressão cria o ser.**

Sobre a imagem poética, de Bachelard em A poética do espaço, livro que me intriga e nunca acabo de ler...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Καλη Χρονιά!



Seja muito bem vindo 2010!


Imagem tirada por um amigo paulista que me deu um bolo na virada, rsrsrs. Ele veio pro RJ só pra tirar essa foto pra mim, obrigada!!! kkkk

Que o brilho e beleza dos fogos de artifício ecoem o resto do ano!