terça-feira, 2 de agosto de 2011

quebras de paradoxos e acasos do destino ou sorte


1-

Fui a Sp e a única coisa que fiz questão de fazer foi ir ao Tomie Othake ver a exposição da Louise Bourgeois. Talvez viesse pro Rio, mas, nunca se sabe, e eu não podia perder essa como perdi a da Pippiloti Rist, seria demais pra mim. Fiz planos de ir na sexta, assim que chegasse, mas, não aconteceu como planejei. No domingo novamente eu disse que iria, e com aquele clima de domingo fui deixando pra mais e mais tarde, até virar motivo de piada. Bem, fui mais tarde, em companhia da minha querida prima, que é advogada que acha o máximo assistir exposição com artista. Ela diz que artista sempre explica o trabalho e ajuda a entender melhor. Logo no início da exposição, chegando a um dos primeiros trabalhos, uma pintura vermelha ela disse " ah, esse é guache", estávamos ainda nos aproximando da tela. E eu, artista né, disse " Não, deve ser aquarela, olha essa aguada." Chegamos perto e ela estava certa, era guache.Nunca confie em artistas, eles não sabem nada de nada.

2-

De manhã antes de irmos ver a exposição, durante o café da manhã, ou do almoço, antes de a visita virar piada, eu comentava sobre a exposição que vi há 6 anos atrás e em especial da peça da Denise Stoklos, sobre a Louise Bourgeois. Contei da minha agonia em ver Denise subindo e descendo as escadas, dos braços quebrados e da frustração em não poder ver a peça mais uma vez. No final da exposição tinha um canto com os mesmos objetos (apenas 3 ) de cena da peça e muitas cadeiras. Nesse momento eu já vibrei de alegria, na esperança de poder ver a peça novamente. Perguntamos ao cara da iluminação se era mesmo a peça da Denise, e era. A entrada era gratuita e as senhas já haviam acabado, mas, ainda assim os responsáveis pela peça foram super convidativos, dizendo que haveria fila de espera e ainda que era possível assistir a peça de pé, se quisesse. Esperamos e conseguimos. Assistimos a peça, vi Denise (e Louise também, como não?) novamente. Meus olhos já não marearam tanto, mas suas mãos não perderam nada da sua força. As subidas e descidas de escada foram menos frequentes e mais cautelosas. Minha agonia menor por isso. Senti saudade de Louise, que se foi ano passado, produzindo até os 99 anos de idade, e que certamente foi o que garantiu sua sobrevivência. Louise dizia que " Arte é garantia de sanidade.", e eu apenas concordo, 100%.

O post sobre meu encontro com Louise e Denise em 2005: http://tagarelicesefeituras.blogspot.com/2009/12/faco-desfaco-refaco.html

P.S.> A expo virá pro Rio, pro MAM, em setembro ou outubro. Mas eu aviso, podexá!

2 comentários:

Raphael Arah disse...

Tomara que Denise também venha pro rio com essa peça, junto com a exposição!!

Luana Costa disse...

É, não dá pra confiar em artista mesmo!...rsrs "arte é garantia de sanidade"...i num é mesmo!?